capitulo vinte e sete

júnior: oi, duda

eduarda: oi, jú. Como você tá? Fiquei preocupada demais 

júnior: to bem, tá tudo bem 

eduarda: mas você machucou. Foi grave?

júnior: foi meu tornozelo, eu fiz os exames lá no hospital

eduarda: queria tanto estar aí do seu lado 

júnior: eu também queria você aqui comigo, mas depois que tudo isso se resolver, a gente vai se encontrar. Tá bom?!

eduarda: tá…

júnior: e você tá bem?

eduarda: agora com notícias suas, sim 

júnior: então descansa, também vou tentar dormir, mesmo com esse turbilhão de emoções. Amanhã a gente se fala, pode ser?

eduarda: pode, claro 

júnior: beijo, fica com Deus 

eduarda: você também, boa noite 

júnior: boa noite, duda - desliguei

giovani: e aí?

eduarda: ele não tá bem, dá pra sentir na voz dele. Mas eu não forcei uma conversa, deixa tudo no tempo dele 

giovani: então foi grave?

eduarda: ele não disse, só falou que foi no tornozelo 

giovani: esse menino precisa se benzer 

eduarda; o mais rápido possível. Bom, vamos dormir que amanhã cedinho nós temos que ir embora, né

giovani; vamos

Eu e ele conversamos mais um pouco e depois dormimos.

quinta, 6 de junho 2019 

De volta pro Rio e trabalhando pra caramba, tanto que nem tive tempo de pegar o celular hoje. Mandei mensagem pro júnior quando cheguei por aqui mas nem pude ver se ele respondeu, não tive tempo. Quando era 19:00, finalmente fui pra casa e assim que entrei no carro, abri meu whatsapp e vi a mensagem do júnior.

Oi

A gente pode se ver hoje?

    Desculpa a demora, só parei de trabalhar agora

    É claro que a gente pode se ver 

    Vc tá aqui no Rio?

Bloqueei a tela do celular, dei partida e fui pra casa. Cheguei e o gi estava ali na sala mexendo no notebook, dei um beijo nele e fui pro meu quarto. Tomei um banho, coloquei uma roupa mais largada e peguei meu celular. Vi a mensagem do júnior.

Sim

Vc já tá em casa?

Posso passar aí?

    Acabei de chegar, pode vir sim 

    Te espero 

Ok

To indo 😘

Fui lá pra sala e sentei ali com o gi.

giovani: seu dia foi puxado hoje, hein 

eduarda: nem me fala, mal tive tempo de olhar o celular - rimos - júnior tá vindo aqui

giovani: huuum - riu - e como tá o tornozelo dele?

eduarda: não sei, vou perguntar agora quando ele chegar… ah, vamos pedir japa?

giovani: vamos, faz tempo que eu não como. Comprei salada de frutas, tá ali na geladeira 

eduarda: por isso que eu te amo - fui pegar minha salada de frutas, peguei uma colher e fui lá pra sala com o gi. Nós ficamo conversando e ele foi me mostrando as fotos que fez hoje. A campainha tocou, fui atender e era o júnior, ele sorriu e me abraçou - tão bom te ver 

júnior: eu precisava te ver - beijou meu pescoço - tava com saudade

eduarda: eu também… vem, entra - ele entrou e cumprimentou o gi - vamos lá no quarto - fomos pro meu quarto e sentamos ali na cama - e esse pé?

júnior: rompi os ligamentos do tornozelo e fui cortado da copa américa 

eduarda: meu deus… é sério, jú?!

júnior: sim - ele baixou a cabeça - parece que do nada minha vida virou de cabeça pra baixo, eu não aguento mais, duda - ele me olhou e vi as primeiras lágrimas surgindo, o que me deixou de coração partido - será que eu sou uma pessoa tão ruim assim pra ter que passar por tudo isso?

eduarda: não, você é uma pessoa maravilhosa - dei um abraço nele - aconteceu… tem coisas que Deus faz por nós porque sabe que nós podemos aguentar. Não fica pensando no pior, não. Tudo isso vai passar. Olha essa tatuagem que você tem aqui no pescoço… “tudo passa”. E isso também vai passar

júnior: eu to me sentindo muito mal com tudo isso. Se fosse só a lesão, tudo bem. Mas eu to sendo acusado de um crime que eu não cometi. Minha família, meu filho estão sofrendo com isso. Você não sabe como me dói.

eduarda: eu não sei, eu não imagino o seu sofrimento. Mas uma coisa que eu sei é que eu vou estar aqui do seu lado. Sou sua amiga, quero ver o seu bem. Tudo que eu puder fazer pra te ver bem, eu vou fazer. Agora para de chorar, porque eu não aguento ver você assim - enxuguei as lágrimas dele - cabeça erguida. Você vai provar sua inocência pro mundo todo. Disso eu tenho certeza.

júnior: obrigado, duda. Você tá me ajudando tanto que eu nem tenho palavras pra agradecer 

eduarda: você sabe que não precisa agradecer, quando eu precisei você foi incrível comigo 

júnior: obrigado - ele colocou a mão na minha nuca e nós nos beijamos

Ficamos mais um pouco aqui no quarto e depois fomos pra sala com o giovani. Já pedi nossa comida e nós ficamos conversando. Quando chegou, fomos para cozinha, arrumamos a mesa e fomos jantando. Depois que terminamos, limpei o que nós sujamos e eu e o júnior fomos pro quarto de novo.

eduarda: vai dormir aqui comigo? - abracei ele e fui beijando seu pescoço 

júnior: e tem como negar dormir com você? - riu e me deu um selinho - se não for atrapalhar seu dia

eduarda: não atrapalha em nada 

júnior: quero me desligar um pouco do mundo e ficar aqui com você… eu posso?

eduarda: jú, claro que pode 

júnior: duda, você… sei lá, eu não tenho palavras pra descrever - ele riu - você tem um coração tão lindo, sorte de quem tem a oportunidade de te ter por perto 

eduarda: você é sortudo 

júnior: demais - rimos e nos beijamos 

(...) Acordei no outro dia com meu celular despertando e desliguei logo pra não acordar o júnior. Levantei devagar e fui no meu closet, peguei a roupa que tinha deixado separada ontem e fui pro banheiro. Escovei os dentes, tomei um banho, me enxuguei e fui me vestindo. Me maquiei, penteei o cabelo e saí do banheiro. Calcei minha sandália, peguei minha bolsa, meu celular e saí do quarto. Entrei na cozinha e fui preparando o café da manhã. Comi, lavei o que eu sujei e quando ia sair, vi o giovani.

giovani: bom dia 

eduarda: gi, cê vai sair hoje?

giovani: só a tarde. Por que?

eduarda: é porque o júnior tá aí, dormindo ainda 

giovani: ah, pode deixar. Faço companhia pra ele 

eduarda: hoje acho que chego mais cedo, vou tentar. Tchau - mandei beijo pra ele 

giovani: tchau, vai com Deus 

Saí de casa e fui trabalhar. Cheguei lá na clínica e o pessoal estava ali me esperando. Cumprimentei todo mundo e abrimos a clínica. Fui pra minha sala, liguei o computador, peguei meu celular e mandei mensagem pro júnior.

     Bom dia!

     Saí cedo hoje kkkk

     Mas o Gi tá em casa e pode abrir a porta pra vc

     Vou tentar sair cedo hoje, se você quiser me esperar 

     Beijo

Larguei o celular e fui trabalhar. Quando parei um pouco, peguei meu celular e vi a mensagem do júnior.

Acordei na hora que senti sua falta na cama kkkk

Acabei de sair da sua casa, tenho fisioterapia 

Quer ir pra Santos comigo hoje a noite?

Ou vc trabalha amanhã?

Queria que você passasse o final de semana comigo 

Por favor, diz que siiiim

    Lá vem você com essas convites muito tentadores 

Vai dizer não pra essa carinha de sono?

     É impossível dizer não pra essa carinha kkkk

Por isso que eu te amo kkkk

Te pego a noite

Beijoooo

Meu coração até acelerou lendo aquele “por isso que eu te amo”, mesmo sabendo que é na zoeira. Saí do trabalho as 16:30, cheguei em casa e o gi não estava. Fui pro meu quarto e comecei a arrumar uma mala para passar o final de semana fora. Ainda liguei pra minha mãe e disse que ia dar uma passada por lá. Depois da mala pronta, fui tomar um banho. Mandei mensagem pro júnior perguntando que horas ele ia passar aqui e ele disse que no máximo até as 20:00. Saí do quarto, fiz um sanduíche pra mim e fiquei comendo ali na sala. Ainda conversei com a Letícia pelo whatsapp e ela disse que volta amanhã de Londres, depois de passar alguns dias ao lado do Hamilton. Quando deu 19:45, eu já estava pronta e fiquei ali na sala com o giovani.

giovani: queria tanto ir junto, mas peguei uns trabalhos nesse final de semana 

eduarda: também queria você comigo - fiz beicinho 

giovani: depois a gente combina um final de semana pra passar com a nossa família - rimos. Meu celular vibrou ali no sofá - seu príncipe chegou.

Desbloqueei a tela do celular e abri a mensagem do júnior.

Tá pronta?

Cheguei

Pode ser 

    To descendo 

Dei um beijo no gi, peguei minha mala e desci. Cumprimentei o porteiro do meu prédio e saí. Vi o carro do júnior ali na frente, ele abriu a janela de trás.

júnior: e aí, gatinha - riu e abriu a porta pra mim.

O segurança dele me ajudou com a mala, entramos no carro e o segurança deu partida. 

eduarda: você gosta dessas loucuras, né?!

júnior: gosto muito… já falei que quero ficar pertinho de você. Eu gosto da sua energia e preciso muito dela agora 

eduarda: que fofo - rimos - avisei minha mãe que to indo e ela disse pra passar na casa dela 

júnior: diz pra sogrinha que a gente vai passar lá sim 

eduarda: sogrinha?

júnior: cê sabe, duda - segurou meu queixo e me beijou

eduarda: sei de nada, viu 

Chegamos em Santos, na casa da mãe do júnior. 

júnior: MAMÃE, CHEGUEI 

nadine: to aqui na cozinha, filho 

júnior: vamos lá, deixa sua mala aí - ele pegou minha mão e nós fomos pra cozinha. A mãe dele estava lá junto com uma outra mulher.

nadine: como é bom ter você aqui - eles se abraçaram - mas você sabe que não pode ficar forçando esse tornozelo 

júnior: tá imobilizado, mãe 

nadine: eu fico preocupada igual 

O júnior cumprimentou a outra mulher e pegou minha mão.

júnior: lembra da duda?

nadine: claro que lembro. Seja bem-vinda a minha casa, duda - ela me abraçou 

eduarda: muito obrigada, dona nadine 

nadine; sem esse dona, por favor 

eduarda: ah, pode deixar - sorri

nadine: duda, essa é a Luciana, amiga da família. E Lu, essa é duda, “amiga” do juninho - gesticulou as aspas e nós rimos 

luciana: muito prazer, duda - me deu um abraço 

eduarda: prazer!

júnior: mãe, bem que você podia fazer aquele bolo de chocolate, né?! bateu saudades de comer

nadine: viu como ele já chega?

júnior: cê sabe que eu te amo, mamãe - rimos 

nadine: eu faço

júnior: vou mostrar a casa pra duda, qualquer coisa me chama 

Nós saímos da cozinha, peguei minha mala e nós subimos. Passamos pelo corredor e ele foi me falando de quem eram os quartos. Entramos no dele que tinham várias fotos do tempo que ele jogava em santos, super novinho.

eduarda: olha essa cara de neném 

júnior: lindo desde sempre, né?!

eduarda: é… um pouquinho - rimos - quanta coisa tem aqui 

júnior: muito presente de fã 

eduarda: suas fãs malucas

júnior: elas mesmas - rimos - pode ficar a vontade, sinta-se em casa

eduarda: obrigada, jú - sentei ali na cama e ele sentou do meu lado - cê parece que ficou mais feliz quando chegou aqui 

júnior: eu amo essa cidade, amo essa casa. Passei os melhores momentos da minha vida aqui, tenho muita história pra contar 

eduarda: nem quero imaginar essas histórias

júnior: só coisa boa, pô - rimos - amanhã a gente vai pro guarujá, chamei meus amigos pra irem também 

eduarda: cê tem casa em todos os cantos 

júnior: ainda faltam alguns cantos do mundo - rimos - esse seu sorriso acaba muito comigo, não consigo resistir - ele chegou mais pertinho e me beijou.

Sábado…

Chegamos no guarujá perto do meio-dia. Os amigos do júnior foram chegando também, nós fomos nos trocar e já descemos pra piscina. Ficamos lá fora conversando e dando risada. Foi muito bom, porque assim o júnior pode se distrair e não ficar pensando em todas essas coisas ruins que estão acontecendo na vida dele. Quando começou a anoitecer, nós entramos. Subi pro quarto, tomei um banho, me troquei e fiquei ali deitada esperando o jú tomar banho.

dudapetrinni Yellow is the new black ☀️💛

                              

Quarta, 12 de junho 2019 

Resumindo o que aconteceu nesses últimos dias: Minha mãe e o júnior se conheceram, finalmente, e eu não sei quem fica falando melhor do outro pra mim. É uma troca de elogios infinita entre esses dois. O júnior teve que prestar depoimento sobre a acusação de estupro, esse assunto anda deixa ele muito abalado, só de falar mas, sempre que posso estou dando uma força pra ele. Nos vimos pela última vez ontem, ele passou na minha casa antes de ir para mangaratiba onde ele vai passar esses dias aqui no Brasil. Quem também veio pra cá ontem foi minha mãe, dessa vez ela vai ficar uma semana por aqui. 

(...)

Cheguei no trabalho com a minha mãe as 09:30, cumprimentamos o pessoal que trabalha aqui e fomos pra nossa sala. Quando ela está por aqui, dividimos a sala. Liguei meu computador, ela ligou o notebook e nós começamos a trabalhar. 

analu: eu não esperava que esse primeiro mês da clínica aqui no rio seria esse sucesso todo 

eduarda: nem eu, mas to tão feliz. Nosso trabalho dando certo, mãe 

analu: amém!

Minha mãe saiu da sala e foi para a de atendimento, ela tem umas clientes aqui do Rio que sempre viajavam pra sp para consultar com ela, mas agora, pelo menos duas vezes por mês, ela vem pra cá e atende todas aqui. Fiquei ali sozinha trabalho e até me assustei quando chegou notificação no meu celular. Era mensagem do júnior. Abri.

Duda

Eu acho melhor a gente não ficar mais...

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