capítulo cinquenta e três

Meu coração acelerou e eu mostrei a mensagem pro giovani.

giovani: vamos.

eduarda: calma, temos que conversar sobre isso 

giovani: ai, eduarda. É um convite irrecusável.

eduarda: vamos falar sobre isso quando chegarmos em casa.

Nosso voo foi bem tranquilo e o alívio que eu senti quando coloquei meus pés no rio de janeiro, é inexplicável. Eu e o giovani pegamos um uber e fomos pro casa. No caminho, mandei mensagem pra minha mãe avisando que cheguei bem. Assim que entramos em casa, fiquei com os olhos marejados, porque era tudo que eu mais queria nesses últimos dias.

giovani: enfim, casa.

eduarda: graças a Deus.

giovani: agora você tá segura.

eduarda: obrigada por tudo, gi.

Fui pro meu quarto, desfiz minhas malas, tomei um banho e já coloquei meu pijama. Fui lá pra sala com o giovani.

giovani: pedi uma pizza e vinho, comemorar a sua volta pra casa.

eduarda: ótimo 

giovani: e sobre a festa do neymarzinho?

eduarda: eu não sei se é uma boa eu ir, ainda mais depois de tudo que aconteceu entre a gente. Com certeza vai ter muita mulher lá, talvez até a que ele está ficando.

giovani: duda, ele não ia te convidar a toda. Apesar de tudo, acho que ele tem muito respeito pela história de vocês e não seria filho da puta ao ponto de beijar outra na sua frente. Se você quer minha sincera opinião, acho que vai ser ótimo você ir, ainda mais depois de toda essa loucura que você passou lá em são paulo. Viajar é sempre bom.

eduarda: por que você tem esse poder de me convencer de tudo?

giovani: então isso é um sim?

eduarda: é… talvez. Quero conversar com o júnior antes.

giovani: faz isso, acho que você vai se sentir melhor 

Nossa pizza e vinho chegaram, nós comemos ali na sala mesmo enquanto íamos conversando, dando risada e matando a saudade da minha casinha. Quando era quase 01:00 da manhã, nós fomos dormir. Entrei no meu quarto, escovei os dentes e deitei. Peguei meu celular e mandei mensagem pro júnior.

      A gente precisa conversar

Como sabia que essa hora ele está dormindo, bloqueei a tela do meu celular, coloquei ali na cômoda e dormi. Acordei no outro dia por vontade própria, me espreguicei, peguei meu celular e vi que era 10:15 e também tinha mensagem do júnior.

Claro, quando vc quiser 

      Eu não sei se é uma boa eu ir pro seu aniversário

     Ainda mais depois de tudo que aconteceu entre a gente

      É difícil pra mim

      Vc me entende?

Entendo

Pq sei que errei muito com você, duda

Mas eu quero muito vc aqui

Esse aniversário é muito especial pra mim e quero as pessoas que mais amo ao meu lado 

Quero me desculpar pessoalmente com você

Quero também passar uma borracha nesse passado, pra poder seguir em frente

Mesmo que vc não queria mais nada comigo, acho que nós merecemos essa conversa

Eu quero muito que vc venha 

Também acho que vai fazer bem pra vc vir pra cá

      É, talvez você tenha razão

      Quando vai ser sua festa?

      Preciso me organizar 

Dia 2 

Pode deixar tudo comigo, passagem e hospedagem

       Não, eu faço questão de pagar tudo 

Tudo bem, mas você vai ficar hospedada aqui em casa

O giovani vem com vc?

      Sim, vc sabe que não vivo sem ele kkkk

Sei bem, ele é pika hahahahah

Muito bom saber que você vem, to feliz com isso

E agora ansioso, querendo que chegue o dia logo

      Também to ansiosa

      Mas vai passar rápido 

Tomara 🙏🏾

Já comecei meu dia leve e com um sorriso de orelha a orelha. Não sei se eu e o júnior temos volta, mas ter um diálogo “normal” com ele é sempre bom. Levantei da cama e fui pro banheiro, escovei os dentes, lavei meu rosto e saí do quarto. Entrei na cozinha e vi um bilhete do gi na geladeira, avisando que saiu para fazer umas fotos. Tomei meu café da manhã e depois fiquei deitada no sofá, assistindo tv e passando o tempo. 

Segunda, 27 de janeiro 2020.

Esses últimos dias tem sido bem tranquilos pra mim e grande parte disso é por causa das minhas conversas com o júnior. Não posso dizer que somos melhores amigos, mas as nossas conversas tem sido ótimas pra mim. Ele, mesmo de longe, parece que sabe de tudo que passei com o namorado da minha mãe e tá sempre disposto a me ouvir reclamar, mesmo que eu não tenha contado nada pra ele. As vezes eu até acho que o giovani contou alguma coisa, mas ele sempre nega. Faltam alguns dias para nossa viagem até Paris e eu estou super ansiosa, parece que quanto mais o dia se aproxima, mas meu coração acelera pra esse nosso reencontro. (...) Saí de casa cedo com o gi, hoje vou fazer umas fotos. Chegamos lá no hotel onde eu ia fotografar, cumprimentamos o pessoal da produção e eu já fui fazer cabelo e maquiagem. Me troquei e comecei as fotos que duraram cerca de 4 horas. Depois dali, nós fomos almoçar e ficamos conversando sobre a viagem.

eduarda: a letícia disse que também vai

giovani: óbvio que vai com o boy

eduarda: todo mundo juntinho em paris.

giovani: cê tá toda ansiosa pra essa viagem, né?!

eduarda: sim 

giovani: dá pra sentir isso 

eduarda: vou ver o júnior depois daquele réveillon bem turbulento.

giovani: vão voltar?

eduarda: não… eu amo ele, mas acho que não.

giovani: acha?

eduarda: ai, gi… é complicado. A gente tá se falando quase todos os dias, mas eu não sei. É muita coisa envolvida. Toda vez que eu penso em uma possível volta, eu lembro que ele deixou de acreditar em mim por causa da Luiza e minha cabeça vira uma confusão.

giovani: talvez seja o momento de você esquecer tudo isso e começar um novo capítulo com ele. Vocês se amam e isso é inegável. 

eduarda: vamos ver como vai ser quando a gente se encontrar.

giovani: vai sair faísca, ainda mais que vamos ficar hospedados na casa dele.

eduarda: isso já me dá um nervoso - rimos 

Depois do almoço, nós fomos pra casa. E, assim que chegamos, eu peguei o notebook e fui trabalhar em algumas coisas da clínica. Conversei com a minha mãe e pedi para trabalhar em casa, até tudo voltar ao “normal” com a minha saúde mental. Quando deu uma pausa no trabalho, o giovani me mandou as fotos do ensaio e eu postei a que mais gostei.

dudapetrinni 🌸

                              

Fiquei vendo os comentários e depois voltei a trabalhar.

Quinta, 30 de janeiro 2020.

Finalmente chegou o dia da nossa viagem para Paris e eu já acordei com o coração acelerado. Levantei as 05:00, porque nosso voo é cedo. Tomei banho, me arrumei, coloquei o faltava na mala, peguei minha bolsa e saí do quarto. O gi já estava pronto me esperando e nós saímos. Fizemos check-in no caminho do aeroporto e, quando chegamos lá, paramos para comer alguma coisa. Quando nosso voo foi anunciado, embarcamos e partiu Paris, com o coração acelerado e cheia de ansiedade. (...) Depois de uma longa viagem, desembarcamos em Paris quando já era manhã de sexta por aqui e, para a nossa surpresa, o jota estava ali nos esperando.

eduarda: não acredito que você veio nos buscar.

jota: claro que sim - nós nos abraçamos - tudo bem, cunhadinha?

eduarda: ai, jota - ele riu 

jota: vai ser sempre minha cunhada, você sabe.

giovani: olha, acho que essa viagem vai fazer ela voltar a ser sua cunhada - os dois se cumprimentaram.

jota: to torcendo pra isso

eduarda: chega, vocês dois 

Fomos saindo do aeroporto, entramos no carro e o jota deu partida. No caminho, mandei mensagem pra letícia.

     Já estou em Paris

     E vc??

Aeee

Eu to em Londres com o Lewis

Vamos dia 1 para Paris 

eduarda: a letícia só vem dia 1.

giovani: ah, óbvio, tá aproveitando com o boy 

Chegamos na casa do júnior, pegamos nossas malas e fomos entrando. Ali na sala estavam a rafa, os amigos, tia nadine e o tio neymar. Fui cumprimentando todo mundo.

rafa: voltaram?

eduarda: não

rafa: mas vão voltar - rimos 

nadine: vem, duda e gi, eu levo vocês até um dos quartos - nós subimos e ela nos levou até um dos quartos de hóspedes, que tinha duas camas - fiquem a vontade, vocês já são de casa.

eduarda: obrigada, tia.

nadine: qualquer coisa, chama. Acho que daqui a pouco o juninho tá chegando.

Ela saiu do quarto e nós começamos a desfazer nossas malas. 

giovani: esse frio de paris tá sacanagem, hein 

eduarda: nem fala, porque meu vestido pra festa não combina com esse frio. 

Avisei minha mãe que cheguei bem por aqui e depois fui tomar um banho quentinho e vesti um moletom. Saí do banheiro e o giovani entrou. Depois que ele tomou banho, nós descemos e o júnior estava entrando em casa. Ele veio direto até mim e me deu um abraço apertado, cheio de saudade.

júnior: melhor coisa que tem é chegar em casa e te ver aqui, tava com saudade.

eduarda: eu também tava com saudade - dei um beijo demorado na bochecha dele.

Ele cumprimentou o giovani, todo mundo e depois subiu.

nadine: vocês estão com fome? viagem deve ter sido cansativa.

giovani: bota cansativa nisso 

nadine: então vamos lá comer 

Nós fomos pra cozinha, a tia foi pegando algumas coisas na geladeira e preparou uma comidinha rápida pra gente.

eduarda: obrigada, tia.

nadine: magina, espero que vocês gostem

giovani: tá uma delícia

Ficamos comendo enquanto ela conversava com a gente. Depois que terminamos, eu e o gi fomos lavar a louça. O júnior entrou ali na cozinha. 

nadine: giovani, me ajuda numa coisinha aqui.

giovani: claro, tia - os dois saíram da cozinha.

eduarda: essa saída armada deles, nada discreta - rimos 

júnior: pois é, acho que é porque eles sabem que nós precisamos conversar melhor.

eduarda: precisamos?

júnior: sim… você também sabe. Vamos lá no meu quarto?

eduarda: vamos

Saímos da cozinha e subimos pro quarto do júnior. Entramos e ele fechou a porta.

júnior: senta aí - sentamos ali na cama - to muito feliz que você aceitou me convite, duda.

eduarda: é, difícil recusar.

júnior: eu estava achando você meio estranha, sei lá, precisava te ver pessoalmente e saber se você está bem mesmo.

eduarda: to-to bem 

júnior: eu vou abrir o jogo logo com você - ele respirou fundo - o giovani me contou o que estava acontecendo na casa da sua mãe.

eduarda: ele contou? não acredito. Eu falei pra ele não contar.

júnior: mas ele fez bem em me falar tudo logo. Duda, eu só queria ir pro Brasil e dar uma surra naquele cara. As coisas que o giovani me disse, me deixaram com nojo dele.

eduarda: jú, você não precisa se meter nisso.

júnior: preciso sim. Eu sempre vou te proteger, duda. Sempre. E me sinto um pouco culpado por tudo isso ter acontecido com você.

eduarda: não, você não tem culpa de nada.

júnior: se não tivesse acontecido todo aquele rolo entre a gente, você não ficaria mal e fugiria pra casa da sua mãe. Eu sei que tenho culpa.

eduarda: não fala isso, jú - ele ficou com os olhos marejados. Coloquei minha mão no seu rosto e ele colocou a mão por cima da minha - você não tem culpa de nada.

júnior: me perdoa, por tudo?

eduarda: eu nem tenho o que perdoar

júnior: tem sim, duda. Eu não canso de dizer que fui um babaca com você. Quero poder voltar a dormir bem a noite, sabendo que estou de consciência tranquila com você. Me perdoa? - assenti que sim, porque já estava quase chorando - eu te amo, duda. E vou amar pra sempre.

eduarda: eu também vou te amar pra sempre - nós nos abraçamos e eu não consegui segurar lágrimas. Quando desfizemos o abraço, vi que o júnior também estava chorando - não chora - enxuguei suas lágrimas e nós fomos nos aproximando, fiquei encarando aqueles olhos verdes e aquela boca desenhada perfeitamente. Não tive outra reação a não ser beijá-lo logo e matar toda essa vontade que estava aqui dentro de mim...