domingo, 5 de dezembro de 2021

capítulo setenta e três

 Quarta, 21 de outubro 2020

Hoje é o dia da minha primeira consulta com a médica aqui de Paris e eu estou ansiosa pra saber se está tudo bem com meu baby. Eu e o jú decidimos que vamos fazer chá revelação, apesar de estarmos ansiosos para saber o sexo do bebê. Quem vai ficar responsável por organizar tudo é a letícia, já que ela está vivendo mais em Londres com o Lewis do que no Brasil, está aqui pertinho de nós e vai nos ajudar com tudo. (...) Depois do almoço, fui me arrumar. Quando saí do banheiro, o jú já estava ali no quarto se vestindo.

júnior: to ansioso

eduarda: eu também, amor 

Quando nós ficamos prontos, saímos de casa. No caminho, vi que ele postou foto com a carol. Abri meu whatsapp e mandei mensagem pra ela.

    Carolzinhaaaaa

    Feliz aniversário, minha musa

    Muitas e muitas felicidades, que Deus abençoe ainda mais a sua vida e da sua família linda

    Você é um dos presentes que ganhei desde que comecei a namorar com o jú, me inspiro muito em você e agora que vou ser mamãe, vou me inspirar mais ainda

    Muita saúde, muito amor e muitas gargalhadas que é uma das coisas que mais amo em você

    Aproveita muito seu dia

    Amo você ❤️

Aii Duda, que coisa mais linda 😍

Muito obrigada!!!!

Você que é um presente nas nossas vidas e principalmente na vida do Davi

Muita saúde pra você e pra esse baby que está a caminho

Te amo, doida kkkkkk ❤️

Chegamos lá na clínica, o motorista nos deixou bem na entrada. Saímos do carro, o jú pegou minha mão e nós fomos entrando. Me identifiquei e fiquei ali esperando ser chamada. Depois de uns 10 minutos, a médica me chamou. Ela se apresentou como Louise, entramos na sala dela e começamos a conversar. Tivemos uma longa conversa, mostrei inclusive os exames que fiz no Brasil. Falei pra ela que queria fazer o exame de sexagem fetal e ela já me encaminhou para fazer. A Louis também me passou algumas vitaminas que são essenciais agora nesse início de gravidez e disse que estava tudo bem comigo e com meu baby que está com 10 semanas. Ela nos liberou e nós fomos embora. Entramos no carro, peguei meu celular e me assustei com o número de chamadas e notificações. Tinha ligação da minha mãe, do giovani, da letícia e do pedro.

eduarda: meu deus!

júnior: que foi, amor?

eduarda: minha mãe, letícia, giovani e o pedro me ligaram muitas vezes. Fiquei preocupada.

júnior: será que aconteceu alguma coisa?

eduarda: vou saber disso agora - liguei pro giovani.

júnior: nem precisa, eu já sei o que é.

eduarda: o que? - cancelei a chamada e peguei o celular do jú pra ver.


“Prima de Eduarda Petrinni confirma que ela e Neymar estão esperando um filho”


júnior: a Luiza contou pra imprensa que você tá grávida.

eduarda: não, ela não fez isso… FILHA DA PUTA!

júnior: amor…

eduarda: júnior, eu vou matar essa garota, eu vou matar ela.

júnior: para, você não vai matar ninguém 

eduarda: meu deus, que ódio. Eu queria dar um soco na cara dela. QUE ÓDIO.

Eu estava sentindo muita raiva. Como ela teve coragem de sair falando e espalhando uma coisa tão pessoal assim minha? Como que sair falando algo tão íntimo de alguém não pode ser considerado crime? Tem muita gente da minha família e do jú e também do nosso círculo de amigos que não sabe dessa gravidez e tudo que a gente mais queria era contar de uma maneira especial, mas agora não existe mais essa possibilidade. Até larguei meu celular porque não queria ver mais nada. Chegamos em casa e eu já fui pro quarto, isso estragou meu dia de verdade. Deitei ali na cama e comecei a chorar. Eu estava fazendo vários planos de como ia dar essa notícia para algumas pessoas e isso foi tirado de mim, sem contar que essa fase da gravidez é a mais complicada e eu só queria viver essa fase quietinha com o jú, para depois tornar isso tudo publico. Meu celular começou a tocar, era uma chamada de vídeo com meus amigos. Atendi.

bárbara: você tá chorando?

eduarda: sim, porque eu to com ódio da Luiza.

letícia: eu to afim de ir pro Brasil só pra dar na cara dela, juro pra vocês.

eduarda: gente, o que eu fiz pra essa garota me odiar tanto? sair expondo minha gravidez assim, ainda mais nessa fase tão complicada de uma gravidez.

pedro: isso é o que me deixa mais puto.

giovani: ela queria ser você, duda. Esse é o sonho dela, é a inveja.

eduarda: foda-se a inveja dela, ela também tá grávida, devia ter um pouco de empatia por mim e por tudo isso que eu estou vivendo.

bárbara: ela não tem nada de bom dentro dela, agora só o bebê mesmo.

Fiquei chorando e conversando com eles, que até conseguiram me acalmar um pouquinho e alegraram meu dia. Também aproveitei para contar pra eles sobre como estava o bebê. Depois que falei com meus amigos, falei com a minha mãe que também estava muito irritada com a Luiza por ter espalhado sobre a minha gravidez. O jú apareceu ali no quarto e ficou conversando com a minha mãe junto comigo. Depois que desliguei, ele me abraçou e me beijou.

júnior: não vamos deixar ela estragar a nossa felicidade, tá bom? - ele passou a mão no meu cabelo e eu assenti que sim - nosso bebê está a caminho e muito saudável, é isso que importa no momento. Esquece Luiza, esquece tudo. A gente não precisa falar nada pra imprensa agora, vamos viver a nossa vida, nós três, juntinhos - assenti que sim e ele me beijou.

eduarda: te amo.

júnior: eu também te amo, meu amor - ele beijou minha testa

Depois que jantamos, o jú veio pro quarto comigo. Tomei um banho, escovei os dentes, coloquei meu pijama e deitei. Ele ficou deitado ali comigo conversando com a barriga e eu nem preciso dizer que fico toda emocionada com uma cena dessas, né?! 

eduarda: vai descer pra jogar?

júnior: sim, mas vou esperar você dormir primeiro.

Ele ficou ali comigo até dormir. Eu tive uma noite de sono terrível, tive vários pesadelos durante a noite, inclusive com a Luiza roubando o meu bebê. Acordei assustada e o jú também acordou com o meu susto.

eduarda: desculpa, jú.

júnior: que foi? tá sentindo alguma coisa?

eduarda: foi um pesadelo

júnior: vem cá - ele me puxou pra deixar no braço dele, ficou fazendo carinho no meu cabelo e eu dormi de novo. 

Acordei pela manhã e o júnior ainda dormia. Fiz um carinho no rosto dele que estava dormindo lindo ali do meu lado. Estiquei o braço para pegar meu celular ali na cômoda e vi que era 08:40, fiquei enrolando mais um pouquinho na cama e levantei, já que não ia conseguir mais dormir. Fui no banheiro, escovei os dentes, me troquei e desci. Entrei na cozinha e tomei meu café da manhã com o Mauro e com mais duas meninas que trabalham aqui. Depois do café, fiquei ali na sala mexendo um pouco no celular. Meu instagram era só sobre a minha gravidez, nem dava vontade de ficar vendo nada. Abri meu whatsapp e tinha mensagem do meu primo.

Oi duda, tudo bem?

Queria conversar com você

Quando puder, me chama

    Oi João

    Pode me chamar quando quiser

    Bjs 

O jú apareceu ali na sala, me deu um selinho, um beijo na minha barriga e foi pra cozinha. Depois que ele tomou café da manhã, foi ali ficar comigo. Ele sentou na outra ponta do sofá e ficou fazendo massagem no meu pé.

júnior: tá bem?

eduarda: sim, to me sentindo bem. Ainda muito irritada com isso tudo, mas fazer o que, né?!

júnior: não tem mais o que fazer mesmo. Mas como eu te disse ontem, a gente não precisa falar nada agora, só quando a gente quiser mesmo. 

eduarda: eu devo ser uma pessoa boa demais pra merecer você

júnior: você é a melhor pessoa do mundo, amor - ele beijou meu pé - é o amor da minha vida.

eduarda: você que é o amor da minha vida - ele veio me beijar 

(...)

Acordei de manhã me sentindo super enjoada e bem tonta. As delícias do primeiro trimestre da gravidez. Fui no banheiro vomitar e depois quando saí, quase caí.

júnior: amor, tudo bem?

eduarda: eu to muito enjoada, jú.

júnior: deita aqui - deitei - quer alguma coisa?

eduarda: água, to com a boca seca 

júnior: já volto

Ele saiu e logo voltou com o copo de água cheio, tomei mais da metade e deitei de novo.

eduarda: to muito tonta

júnior: vou ficar aqui com você, tá?!

eduarda: amor, não quero atrasar seu dia. Você tem seus compromissos, isso tudo que eu to sentindo é normal da gravidez, pode ir.

júnior: vou não, você e nosso bebê em primeiro lugar sempre - ele fez um carinho no meu rosto - só saio daqui quando você melhorar.

Ele ficou o tempo todo ali comigo, não saiu um segundo. Quando eu já estava me sentindo melhor, consegui levantar e o jú foi pro ensaio que ele tinha hoje. Desci e o mauro tinha preparado um lanche pra mim.

mauro: juninho pediu pra eu preparar, disse que você não tava bem mas precisa se alimentar, né?!

eduarda: ele é incrível mesmo. Obrigada Mauro.

Fiquei comendo enquanto ele me fazia companhia e depois fui pra sala. Fiquei deitada ali no sofá, porque estava sem forças pra nada, nada mesmo. Meu dia foi todo assim, me sentindo mole e cheia de enjoo. O jú chegou em casa no final da tarde e ficou me fazendo companhia. Hoje, apesar de ter que sair pra trabalhar, todo mundo que esteve em casa, ele ficou comigo. Eu subi pra tomar um banho, quando estava no banho, senti alguma coisa estranha e vi aquele sangue escorrendo pelas minhas pernas, o que me deixou apavorada. Comecei a gritar pelo júnior que entrou ali no banheiro correndo.

júnior: que foi, duda?

eduarda: eu to sangrando, amor

júnior: calma, calma - deu pra ver que ele estava nervoso, mas não sabia o que fazer - vamos pro hospital, sei lá.

Desliguei o chuveiro, me enxuguei e me vesti. Eu estava me sentindo super mal ainda e agora esse sangramento, que estava me deixando com muito medo. O jú foi me ajudando com tudo. Peguei minha bolsa e quando descemos, o motorista já estava a nossa espera.

neymar: deem notícias pra gente.

jota: não querem que eu vá junto?

eduarda: não precisa, jota

jota: deem notícias pra gente, por favor 

júnior: vamos, amor.

Ele foi me ajudando a ir até lá fora, entramos no carro e o motorista deu partida. Eu fui o caminho todo chorando, com medo. O jú também estava com medo, mas estava mantendo a calma por mim. Chegamos muito rápido no hospital, me identifiquei e já me levaram para fazer exames. Não demorou muito e um médico chegou para me atender, ele se identificou como Andrew. Ele conversou um pouco comigo, contei tudo que senti durante o dia e depois ele foi me examinar. Fomos fazer a ultrassom transvaginal e ele ficou muito atento olhando pra tela. O jú ficou segundo a minha mão e ficava apertando, de tão apreensivo que estava. Apesar de não entender nada, eu não tirava os olhos daquela tela. Ele terminou de me examinar.

júnior: e aí?

andrew: olha… vocês ainda são jovens, vão ter outras oportunidades…

eduarda: NÃO - eu já comecei a chorar - É MENTIRA, NÉ?!

andrew: você teve um aborto, mas é super comum nessa fase da gestação, acontece muito mais do que a gente imagina.

eduarda: NÃO, NÃO PODE SER… NÃO 

júnior: duda, calma - ele me abraçou - calma 

eduarda: EU NÃO ACEITO

andrew: eu vou deixar vocês sozinhos. Sinto muito - ele saiu da sala.

eduarda: por que isso tá acontecendo com a gente, amor? POR QUE?

júnior: amor, calma… não faz isso comigo - ele começou a chorar - não faz isso comigo.

eduarda: POR QUE? POR QUE COM A GENTE?

Nós dois ficamos chorando abraçados. Mesmo que esse bebê não tivesse sido planejado, a gente quis muito desde que descobriu. Nós já tínhamos planos, o quartinho, os nomes, tudo… E agora receber uma notícia dessas, isso acabou comigo. Eu ainda tive que ficar aqui para fazer o processo de curetagem e depois de duas horas de repouso, o médico me liberou. Nós entramos no carro e o motorista deu partida. Eu fui quieta o caminho todo, porque nem chorar eu conseguia mais. Estava me sentindo vazia por dentro, porque agora nada mais estava fazendo sentido na minha vida. Nós chegamos em casa e, como jú já tinha dado a notícia pra todo mundo, o pessoal veio me abraçar, mas eu não conseguia reagir. 

júnior: vem, amor - entramos no elevador e fomos pro nosso quarto. Entramos no quarto e ele ajeitou os travesseiros pra eu deitar - quer alguma coisa? - neguei com a cabeça - certeza?

eduarda: não quero nada, jú.

júnior: vou pegar uma água pra você tomar o remédio que o médico receitou, tá bom? - assenti que sim e ele saiu do quarto.

O júnior voltou um pouco depois, me deu o remédio e a água, tomei, me ajeitei ali na cama e fiquei quietinha. Eu não queria e nem conseguia pensar em nada que não fosse o meu bebê. O jú foi tomar banho e quando saiu do banheiro, deitou ali comigo. Ele me abraçou por trás e beijou minha bochecha.

júnior: eu não vou sair do seu lado, nunca.

Nem ouvi mais nada, porque fechei os olhos e dormi. Dormi sem acordar nenhuma vez durante a noite, deve ser o efeito do remédio, quando acordei o jú não estava mais na cama. Peguei meu celular e vi que era 10:45, dormi pra caramba. Meu celular estava cheio de mensagens no whatsapp e ligações perdidas, mas eu não queria ver nada e nem falar com ninguém, porque sei que só iam falar sobre o meu bebê e o que eu menos quero é lembrar disso tudo. Fiquei na cama, porque também não queria levantar e precisava manter esse repouso, depois do procedimento que fiz ontem. Bateram ali na porta do quarto, dei permissão para entrar e era o mauro com uma bandeja.

mauro: oi, duda. Trouxe seu almoço.

eduarda: eu to sem fome, mauro

mauro: mas você precisa comer, ainda mais que está tomando remédio. Come só um pouquinho, pode ser? - sentei na cama e ele me deu a bandeja - só um pouquinho.

eduarda: vou fazer um esforço porque to sem fome nenhuma - dei só cinco garfadas contadas no prato que ele me trouxe - chega, não quero mais.

mauro: duda, você não comeu quase nada.

eduarda: eu to sem fome nenhuma, juro pra você.

mauro: tudo bem, depois trago um lanche pra você. Fica bem - ele beijou minha testa e saiu do quarto.

Deitei de novo, me aconcheguei ali na cama e dormi de novo. Só acordei com o júnior me chamando.

júnior: oi, meu amor. Tá melhor? - ele fez um carinho no meu rosto - você dormiu o dia todo?

eduarda: eu não quero sair da cama, jú.

júnior: tudo bem, você não precisa sair daqui mesmo. Vou tomar um banho e já venho ficar aqui com você - ele me deu um selinho e foi pro banheiro.

Vi no meu celular que era 19:20, dormi praticamente o dia todinho. Abri meu whatsapp e a última mensagem foi o giovani que me mandou. Abri para ler.

Se você precisa de mim, me liga, me chama por aqui

Qualquer coisa

Mas não fica assim sem falar nada

Não sei a dor que vc está sentindo mas imagino que deve estar sendo horrível

Não esquece que eu to aqui pra você SEMPRE

Te amo 

Fica bem, meu amor

    Vem pra cá ficar comigo, por favor!!!!

Eu chorei só de ler aquela mensagem dele. O jú saiu do banheiro, disse que ia descer pra comer mas logo voltou trazendo o meu jantar e o dele.

eduarda: eu to sem fome, jú.

júnior: um pouquinho só, amor. Por favor.

Consegui comer um pouquinho mais do que no almoço e ele desceu pra levar nossas bandejas. Levantei da cama só pra tomar um banho mesmo, vesti o pijama de novo, escovei os dentes e deitei. Liguei a tv e deixei em qualquer canal, só pra me sentir menos sozinha aqui nesse quarto mesmo, já que o júnior não voltava nunca. Ele deve ter ido jogar com os meninos. Saí do quarto para pegar uma água, fui na cozinha, tomei um copo de água e quando estava voltando, levei um susto ao ver minha mãe e o giovani entrando junto com o jaca.

eduarda: mãe!

analu: filha - ela veio me abraçar e nós duas começamos a chorar - eu tava louca pra te dar esse abraço, meu amor.

eduarda: como assim você aqui?

analu: o juninho mandou buscar a gente, ele sabia o quanto você precisava de nós - ela enxugou minhas lágrimas - meu bebê, não vou sair do seu lado.

giovani: cheguei pra ficar com você, como você me pediu - ele me abraçou - to com você pra sempre, sempre.

O jú apareceu ali na sala.

júnior: que bom ter vocês aqui - ele abraçou os dois 

analu: obrigada por ter nos chamado imediatamente.

júnior: ela precisa de vocês

Eu nem sabia o que falar nesse momento, tudo isso que o júnior tem feito por mim, ele é o amor da minha vida mesmo…

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